Empregos de qualidade, empresas públicas administradas para atender os interesses da população, e não de acionistas, programas sociais que garantam qualidade de vida mínima à população, políticas de incentivo à agricultura familiar e incentivos fiscais de verdade. Essas foram as principais propostas da Caravana Requião, realizada nesta quinta-feira (31/03) em Irati.
O evento foi realizado na Câmara Municipal e reuniu os deputados petistas Requião Filho, Professor Lemos, Tadeu Veneri e Arilson Chiorato, presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT).
A Caravana Requião também contou com a presença de lideranças de diferentes partidos políticos, movimentos sociais e sindicais, que apontaram as principais demandas de suas áreas de atuação e demonstraram apoio ao movimento, plural e suprapartidário desenhado desde meados do ano passado.
O ex-senador e também ex-governador do Paraná, Roberto Requião, em sua fala, fez questão de apontar alternativas ao cenário atual, relembrando ações bem-sucedidas em diversas áreas, como educação, saúde, assistência social e agricultura familiar. Reconheceu erros do passado e garantiu que essas experiências o tornaram mais experiente e qualificado para um futuro governo.
Requião, que foi recebido com entusiasmo, criticou o atual modelo econômico, que tem gerado uma legião de miseráveis. “Esse governo a serviço do liberalismo, defendido pelo Bolsonaro e pelo Rato, aqui no Paraná, trata as pessoas como máquinas e estamos vendo surgir duas classes. A dos pobres que não comem e não dormem por causa da fome e a dos ricos, que também não dormem, por medo dos pobres, da revolta dos miseráveis”, falou ao criticar a falta de políticas públicas mais humanas do atual governo, tanto na área social quanto econômica.
O ex-senador defendeu, em seu discurso, a importância da agricultura familiar, ao mesmo tempo, em que reconheceu a potência do agronegócio paranaense. “Eu tenho orgulho do agronegócio do Paraná, da tecnologia, da produtividade, mas não sou cego a ponto de não perceber a importância da agricultura familiar e dos companheiros do MST, que são indispensáveis para a segurança alimentar. Por isso, vamos construir um programa de apoio a média e pequena agricultura”, antecipou.
Requião lembrou ainda que para administrar um estado é preciso ter coragem, ousadia e personalidade, e exemplificou com o episódio em que não cumpriu uma ordem de despejo na Vila Maria, em Curitiba. “O juiz me mandou colocar a Polícia Militar em cima dessa ocupação, mas me neguei, porque no momento em que se recebe uma ordem absolutamente irracional contra o povo, contra o direito, tem que ter coragem para dizer não”.
Outro exemplo citado foi o caso da Renault, que recebia incentivos fiscais, mas se negava a negociar com os funcionários que pediam reajustes plausíveis. O caso foi usado para ilustrar a necessidade do governo de ouvir ambos os lados, como tem que ser num governo democrático.
Ele também criticou a isenção fiscal seletiva de R$ 17 bilhões, que foi concedido a grupos econômicos parceiros, deixando de fora pequenas e médias empresas, que são as maiores geradoras de emprego. Ainda sobre o uso do dinheiro público de forma questionável, citou o aumento expressivo em publicidade do atual governo, que chegou à casa de R$ 160 milhões no último ano.
Além de Requião, representantes de sindicatos, partidos políticos e entidades sociais e parlamentares fizeram o uso da tribuna. Na ocasião, o deputado estadual Arilson Chiorato, presidente do Partido dos Trabalhadores do Paraná e também coordenador do evento, ressaltou que esses encontros são essenciais para construir, futuramente, um governo mais humano.
“Toda semana estamos em uma cidade diferente e temos a oportunidade de conhecer diferentes realidades, o que faz toda diferença na construção de políticas públicas eficientes”, defendeu o deputado Arilson.
Já o deputado estadual Professor Lemos, ressaltou o lado diplomático de Requião no período em que esteve à frente da APP-Sindicato. Também relembrou avanços como na área da saúde e pavimentação. “Requião foi o governador que mais construiu hospitais e levou asfalto aos municípios paranaenses, além de construir programas de valorização e qualificação dos profissionais da educação como o PDE, que foi cortado”, recordou.
Para o deputado Requião Filho, o maior objetivo do evento é o Paraná de volta nas mãos dos paranaenses. “Temos hoje, diante de nós, o Requião, disposto a lutar novamente por nossas bandeiras. Um governador que fez a diferença. Uma pessoa que, diferente dos outros, tem um legado a ser defendido, de um governo que trabalhou para o trabalhador, para policial, o professor, o homem do campo, e isso precisa ser retomado. E estamos no rumo certo com essa caravana, porque a cada etapa estamos mobilizando mais gente movida pela indignação com o governo atual. Queremos um Brasil um Paraná de oportunidades iguais para todos”.
O deputado estadual Tadeu Veneri, por sua vez, ressaltou que as ações descabidas do atual governador refletem na rejeição nas ruas. “Temos um governador que não pode sair de carro, porque é vaiado. Então, nós precisamos de um governador que seja gente, de fato, e não um menino mimado que não pode mais sair de casa porque o seu pai o colocou lá e agora não sabe mais o que fazer com o estado”.
Também estiveram presentes e fizeram uso da palavra:
Odilon Burgath, ex-prefeito de Irati (gestão 2013-2016);
Márcio Kieller, Presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná – (CUT-PR);
Sérgio Butka, representante da Força Sindical;
Tatiana Maia, presidente da APP-Sindicato;
Luiz Ribas, representante do MST;
Gelson Luís de Paula, diretoria da Associação Assis e representante do Coletivo Triunfo;
Adevino Leite, presidente do PT Irati;
Eleandro de Carvalho, representante do PSOL Irati;
Germano Strassmann, representante do MDB Irati;
Lucimara Ribas, presidente do PCdoB;
João Luiz Dreminski, professor e pré-candidato a deputado estadual pelo PT
André Nogueira, locutor e pré-candidato a deputado federal pelo PT
Foto: Dora Leandra Wolaniuk