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A ausência de humanidade alimenta a guerra e a indiferença

Por Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT-PR

De vez em quando, tropeço numa pergunta: o que diferencia o ser humano de um animal selvagem, da brutalidade de uma hiena rasgando sua caça? Seria a inteligência, a capacidade de se organizar em sociedade, de verbalizar, a noção de alma? Sinceramente, os últimos acontecimentos em Gaza e em Israel me fazem questionar o que nos diferencia, como seres humanos, de um animal feroz, que a princípio não racionaliza, não tem sentimentos, não sabe conversar nem tem alma. As atrocidades reportadas revelam a ausência de humanidade.

As atrocidades reportadas revelam a necessidade de resgatar a humanidade, de lideranças políticas que tenham a capacidade de enxergar o outro, e não destroçá-lo sem piedade. Não estou aqui para defender um e atacar o outro. Ao contrário, estou aqui pelo que vi até o momento: a maior parte são pessoas inocentes que nunca tocaram numa arma, nunca nem sonharam em apertar um gatilho. Repito: são pessoas inocentes, que clamam por paz e pelo direito de viver.

Quem não sente um nó na garganta ao ver as cenas do ataque ao hospital em Gaza? Quem não sente um nó na garganta quando vê crianças sequestradas, comunidades inteiras destruídas e famílias fuziladas? Talvez, quem não tenha mais humanidade dentro de si. Mas, cito agora, um exemplo de humanidade: “O Brasil já repatriou 916 brasileiros na Operação Voltando em Paz”.

É importante frisar que essa operação, maior realizada para repatriar brasileiros até momento, não teve nenhum custo aos brasileiros. Diferente de cidadãos americanos e britânicos, que terão que reembolsar seus referidos governos. O Reino Unido pediu £ 300 (equivalente a R$ 1.848,02 na cotação atual) para cada passagem, já os Estados Unidos não informou o valor, mas pediu que seus cidadãos assinassem um termo se responsabilizando em reembolsar o governo americano.

Essa atitude do governo brasileiro atual, também precisamos reconhecer, é bem diferente do presidente anterior que disse que não traria os brasileiros que estavam na China, na pandemia de covid, porque ‘custava caro’. Depois de muita articulação política, a Força Aérea do Brasil trouxe os brasileiros. Não se trata de revanchismo ou algo assim, mas é importante lembrar quem tem respeito ao outro, quem se solidariza com a dor do outro, quem não mede esforços para garantir a vida de seus cidadãos e que não há custo demasiado para isso, porque nada vale mais que uma vida.

E que a paz volte. Que o presidente Lula, que já provou ter um coração solidário e humano, consiga obter sucesso na construção de uma negociação para um cessar fogo entre Israel e Gaza, que, no mínimo, as pessoas consigam deixar essa região e ter acesso a ajuda humanitária, enviada por aqueles que ainda têm humanidade dentro do peito. Que nunca nos esquecemos na hora de escolher alguém para liderar, nem que seja o condomínio, que seja alguém com humanidade, porque a ausência dessa palavra alimenta a indiferença e a guerra.

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