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Economia brasileira e mundial em caos: o que de fato está acontecendo?

Por Arilson Chiorato

Economia brasileira e mundial em caos: o que de fato está acontecendo?
(Foto: Capa do jornal Folha de São Paulo, edição 10 de Março de 2020)
  • A economia brasileira, sob comando de Paulo Guedes, vem de uma sucessão de fracassos e de expectativas não cumpridas, nos mais diversos âmbitos. A REFORMA TRABALHISTA (ainda do Governo Temer) e a REFORMA PREVIDENCIÁRIA (de Bolsonaro) não foram capazes de gerar as supostas economias previstas, nem mesmo de alavancar nossa saúde econômica. Por consequência, o investimento no nosso país também não foi impulsionado como ditava a propaganda governamental.
  • Os níveis de DESEMPREGO não sofreram reduções significativas. Pelo contrário, os dados demonstram aumento assombroso da informalidade, além de termos uma parcela da população que simplesmente desistiu de procurar um emprego, tendo em vista as péssimas condições salariais e de trabalho, além da clara ausência de oportunidades.
  • O DÓLAR, outro indicador relevante da nossa relação financeira/comercial para com o mundo, fiel da balança comercial e da relação importações/exportações, tem acumulado aumentos consecutivos e numa proporção sem igual. A moeda americana atingiu a marca surpreendente de R$4,76 no dia de hoje, estabilizando-se próxima de R$4,72 ao final da tarde, números que pareciam quase inimagináveis há pouco tempo. A taxa de câmbio, na forma como está, afeta de forma negativa principalmente o ramo de eletrônicos, derivados de trigo (o pão na mesa de cada um dos brasileiros) e o petróleo (que será abordado mais adiante).
  • Ao mesmo tempo, a incapacidade do Governo Bolsonaro de criar estabilidade, passar uma imagem positiva do Brasil e gerar novamente confiança no mercado de investidores internacionais fez com que o índice “RISCO BRASIL” disparasse, ou seja, a percepção internacional é: “NÃO VALE A PENA INVESTIR NO BRASIL NO MOMENTO, É UM NEGÓCIO ARRISCADO! EXISTEM OUTROS PAÍSES EM MELHORES CONDIÇÕES DE RECEBER INVESTIMENTOS, COM MAIS GARANTIA DE RETORNO!”.
  • A cereja do bolo, o resultado de toda esta ingerência, foi divulgada pelo IBGE há poucos dias: O PIB(INHO) DE 1,1%. O baixo resultado do crescimento econômico contraria diretamente as promessas feitas pela equipe econômica e obrigou Paulo Guedes a rever, mais uma vez, sua previsão para que o Brasil voltasse a crescer de forma consistente.

Temos então: REFORMAS INEFICIENTES, DESEMPREGO, DÓLAR ALTO, INVESTIDORES SEM VONTADE DE APLICAR NO BRASIL E UM PIB QUE CONTRARIA TODAS AS PROMESSAS.

  • Entra em cena, somado a todos esses fatores internos, duas questões relevantes para entendermos o fenômeno econômico mundial: A DISPUTA REPENTINA ACERCA DO PETRÓLEO e O CORONAVÍRUS.
  • A proliferação do Coronavírus nos países asiáticos e europeus tem causado reflexos econômicos severos: regiões inteiras com atividades suspensas, indústrias paradas, viagens e traslados interrompidos com o objetivo de conter a doença.

RESUMINDO: QUARENTENA = ISOLAMENTO = SERVIÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS INTERROMPIDOS = MENOS PRODUÇÃO = MENOS DINHEIRO CIRCULANDO = IMPACTO NEGATIVO ECONÔMICO DIRETO.

  • O fato de um mercado tão relevante na dinâmica econômica global estar sofrendo com o vírus, como é o caso da China, acaba atingindo a todas as economias, em menor ou maior grau, mais cedo ou mais tarde. É inevitável.

MAS E O ESTOPIM QUE DERRETEU AS BOLSAS DE VALORES MUNDIAIS NO DIA DE HOJE?

  • RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA empreenderam uma disputa comercial e diplomática agressiva, com consequências fortíssimas. Acordos foram rompidos, e a promessa dos sauditas de inundar o mercado com mais produção de petróleo afetou consideravelmente o valor do barril no mercado internacional.
  • Países com economias mais sólidas do que a nossa sofreram grandes perdas em seus respectivos mercados de ações ocasionadas pela redução do preço desta commoditie (petróleo). Por aqui, a Ibovespa registrou a maior queda percentual diária desde 1998 e operou em forte baixa o dia todo.
  • É muito grave o impacto de todos esses elementos numa economia como a brasileira em pleno 2020, com o moeda completamente desvalorizada, taxa cambial desfavorável, com o RISCO BRASIL disparando, com cada vez mais casos de Coronavírus sendo confirmados e que optou, após o golpe contra a Presidenta Dilma, por exportar o petróleo bruto e importar seus derivados de outros países.

Estamos à mercê de graves problemas internos (de responsabilidade do executivo federal que parece sem rumo, sem um programa definido para o Brasil) e de fatores externos sob os quais não temos domínio. A soma destes dois panoramas é de um futuro incerto, preocupante e que merecerá de todos nós atenção redobrada.

Arilson Chiorato é Administrador, Mestre em Gestão Urbana, Deputado Estadual e presidente estadual do PT Paraná.

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