O deputado Arilson Chiorato (PT), Líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) criticou, na sessão plenária de segunda-feira (18), a tentativa do Governo Ratinho Junior de privatizar a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) – estatal responsável por armazenar os principais dados da população.
“Estão lá os prontuários do SUS [Sistema Único de Saúde], as notas e matrículas escolares, as infrações de trânsito, os boletins de ocorrência, o CPF, a renda e os impostos de cada cidadão. Ou seja, toda a vida digital do povo paranaense está dentro da Celepar”, explicou.
Privatização ameaça privacidade e segurança
Segundo o parlamentar, vender a empresa significa entregar essas informações a empresas privadas e até multinacionais. “Tem companhia estrangeira de olho em transformar nossos dados em mercadoria. Não é apenas vender uma estatal, é abrir mão da soberania do Paraná”, alertou.
O deputado Arilson lembrou que só em 2024 a Celepar faturou R$ 576 milhões, com alta margem de lucro. “Não é uma empresa falida. É lucrativa, estratégica e fundamental para o Estado. Quem ganha com essa venda não é o povo, são poucos grupos econômicos.”
O Líder da Oposição também criticou a pressa do governo em concluir a venda até novembro, sem apresentar o valor real da companhia. “O mínimo seria ouvir a população num plebiscito. Mas preferem correr para entregar a empresa sem transparência”, disse.
Ele destacou ainda um contrato de R$ 670 milhões assinado com o Google, sem licitação. “Se a Celepar for privatizada, o Paraná ficará refém de multinacionais. Dados médicos e de segurança pública podem parar nas mãos de governos estrangeiros”, alertou.
Oposição convoca a sociedade
O deputado Arilson afirmou que a Bancada da Oposição vai lutar contra a privatização e chamou a sociedade a se mobilizar.
“Privatizar a Celepar é privatizar a vida do povo do Paraná. É entregar nossa saúde, nossa educação e nossa segurança para o mercado. O Paraná não está à venda. Os dados do povo não têm preço.”