Um motorista de um carro de passeio vai precisar desembolsar cerca de 130 reais para passar nas 15 novas praças de pedágios, previstas na apresentação do novo modelo de pedágio feita na última quarta-feira (11/08) no Palácio Iguaçu, em Curitiba, pelo governador Ratinho Junior (PSD) ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. A praça mais cara (R$12,69) fica na BR-376 no trecho entre Apucarana, Califórnia e Marilândia do Sul. “Aumentar o número de praças de 27 para 42 é um absurdo e demonstra total insensibilidade ao clamor da população durante a realização das 18 audiências públicas pelo Paraná”, avalia o deputado estadual Arilson Chiorato (PT).
O valor R$ 131, 12 corresponde a 30% do atual, que é R$ 426,50, que deverá cair uma média também de 30% ao ir a leilão. “Os números ainda não são precisos, porque não temos o edital em mãos, mas é muito provável que o Paraná permaneça com o título de pedágio mais caro do Brasil. Para baixar o preço de verdade como em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as concessionárias precisarão dar aporte milionários. Esse valor vai inibir descontos expressivos aos usuários”, alerta Arilson.
Segundo o Governo do Estado, são três níveis de aporte: R$ 15 milhões por ponto porcentual até 10%; R$ 60 milhões por ponto porcentual até 17%; e R$ 150 milhões por ponto porcentual após 17%. “Essa fatia milionária, que tem o nome de aporte, não será devolvida às concessionárias após a entrega das obras, como poderia ser no modelo caução, incentivando à redução das tarifas. Ou seja, no modelo apresentado, o pedágio vai continuar caro”, observa o deputado.
Degrau tarifário
Outro ponto criticado pelo deputado Arilson é o degrau tarifário. “Após a entrega das obras, as concessionárias poderão aplicar um aumento de até 40% no valor da tarifa, o que significa que o valor, com as correções da inflação, corre um sério risco de ficar mais caro do que é hoje”, ressalta.
Ainda de acordo com Arilson, o aumento de praças, que vai saltar de 27 para 42, também vai contribuir para a viagem ficar mais cara. “Baixar o valor numa praça mais criar outra logo à frente não resolve. Além disso, não é só a viagem de carro que vai ficar mais cara, o pedágio interfere diretamente na competitividade econômica das empresas e no preço dos produtos nos supermercados”, adverte.
Confira as cidades e os valores das novas praças:
Novas praças (veículo de passeio)
Jacarezinho II: R$ 8,39
Quatiguá: R$ 8,29
Sengés: R$ 5,35
Londrina: R$ 9,52
Califórnia: R$ 12,69
Guairaçá: R$ 10,86
Cianorte: R$ 7,01
Jussara: R$ 9,57
Umuarama: R$ 5,95
Francisco Alves: R$ 6,40
Mercedes: R$ 10,75
Toledo: R$ 7,56
Lindoeste: R$ 11,46
Ampére: R$ 8,62
Renascença: R$ 8,80