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Operação Carbono Oculto, que investiga fraudes do PCC, expõe brechas de privatizações do Governo Ratinho Jr., alerta deputado Arilson

Líder da Oposição criticou o modelo atual tanto de privatização quanto de concessão por permitir que pessoas não identificadas participem do processo

O deputado Arilson Chiorato (PT), Líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), afirmou nesta segunda-feira (1º/09) que a Operação Carbono Oculto revela fragilidades do modelo de privatizações e concessões conduzido pelo Governo Ratinho Jr. (PSD). A operação, deflagrada pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público de São Paulo, apura fraudes bilionárias no setor de combustíveis com possível envolvimento de facções criminosas.

A investigação também apontou possíveis empresas associadas a organizações criminosas atuando no Paraná, inclusive já teriam participado de licitação promovida pelo Governo, via B3. Para o Líder da Oposição, o caso reforça a necessidade de maior transparência e rigor na condução das privatizações e concessões feitas pelo Governo Ratinho.

O modelo atual tanto de privatização quanto de concessão permite que pessoas não identificadas participem de processos de licitação e concessão. Isso precisa mudar, para evitar irregularidades e proteger o patrimônio público do Paraná”, ressalta o deputado Arilson.


Terminal PAR50 do Porto de Paranaguá, Programa Comida Boa, Copele Reag

Em plenário, o parlamentar citou exemplos apontados pela operação e também reportagens publicadas pela imprensa nacional em que nomes de empresas que atuam no Paraná aparecem nas investigações.

Entre os casos citados, o deputado Arilson enfatizou uma reportagem da CNN Brasil sobre o Terminal PAR50, no Porto de Paranaguá. A matéria relembra que essa área foi privatizada em 2023 por apenas R$ 1 milhão e revendido meses depois por R$ 36 milhões. Hoje, o espaço é investigado como rota ilegal de entrada de metanol.

 “Em 2023, já alertamos sobre esse leilão. Houve apenas um participante e depois o mesmo ativo mudou de mãos por valor 36 vezes maior. Não houve explicações do governo. Agora, o caso aparece em uma investigação nacional”, exemplificou o deputado Arilson.

Programa Comida Boa – Outro caso lembrado pelo Líder da Oposição foi o do Cartão Comida Boa, programa estadual que garante R$ 80 mensais para famílias em situação de vulnerabilidade. O Governo Ratinho Jr. contratou a fintech BK Bank, agora investigada pela Polícia Federal por suspeitas de ligação com o grupo criminoso PCC.

Conforme noticiado pela imprensa, a empresa já recebeu cerca de R$ 120 milhões em contratos entre 2023 e 2024 e venceu uma nova licitação de aproximadamente R$ 100 milhões em 2025. “O Governo, acertadamente, suspendeu o contrato. Mais uma vez: o modelo atual tem essas brechas, não permitindo saber quem, de fato, opera o serviço”, avalia.

Copel e Banco Genial – o terceiro exemplo citado é sobre o Banco Genial. Reportagem da Folha de S.Paulo aponta que o Banco Genial renunciou à gestão de fundos citados na Operação Carbono Oculto. Fundos que, segundo os investigadores, receberam recursos desviados ligados ao PCC.

“É importante lembrar que o Banco Genial assessorou a Copel durante o processo de privatização, em 2023. Ou seja, a empresa pública que era o maior patrimônio dos paranaenses”, pontuou o parlamentar.

Reag Investimentos – O último exemplo citado pelo Líder da Oposição foi da Reag Investimentos. Reportagens da Folha de S.Paulo e o O Globo citaram a Reag Investimentos como alvo da Operação Carbono Oculto, uma das maiores gestoras do país, com quase R$ 300 bilhões sob gestão.

O questionamento sobre a Reag foi: “se uma gestora desse porte, que participa de fundos usados para financiar e estruturar privatizações no Brasil, está sob investigação, que garantias temos de que processos de venda de estatais no Paraná não possam ter sido influenciados por grupos ou recursos ligados a esse esquema?”.

Venda da Celepar precisa ser suspensa

Após novas informações virem à tona com a Operação Carbono Oculto em que expõe brechas no atual sistema de licitação adotado pelo Governo Ratinho Jr., o deputado Arilson pediu a suspensão imediata do processo de venda da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar).

 “Estamos falando da empresa que guarda dados sensíveis de todos os paranaenses: saúde, segurança, CPF, endereço. Imaginem essas informações sob controle de fundos que nem sabemos quem são os investidores. O Paraná não pode correr esse risco”, alertou.

Pedido de providências

O Líder da Oposição pediu mais transparência e mudanças nas regras de concessão e privatização. “Não digo que o Governo Ratinho Júnior sabia de tudo isso, mas o modelo adotado permite que grupos não identificados participem de processos estratégicos. O compliance não funcionou. O Paraná precisa de respostas claras e medidas que evitem a repetição desses erros”, concluiu o deputado Arilson.

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