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Luciana Rafagnin e Arilson Chiorato denunciam à Aneel falhas de fornecimento de energia pela Copel

Os deputados estaduais Luciana Rafagnin e Arilson Chiorato, ambos do PT, enviaram nesta terça-feira (02/04) um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para pedir providência na melhoria do fornecimento de energia elétrica pela Copel. Na avaliação dos parlamentares, o serviço prestado pela companhia paranaense tem prejudicado consumidores residenciais, comerciais, industriais e rurais, em especial da agricultura familiar.

Os prejuízos, que vão desde a perda de alimentos a queima de equipamentos e interrupção de linhas de produção, são decorrentes dos constantes apagões de energia elétrica em todo o Estado

No ofício, os parlamentares pedem providências à Aneel, para que a Copel realize as devidas adequações na prestação de serviço. Além disso, os deputados solicitam uma reunião com a presidência da Agência para apresentar, de maneira detalhada, os prejuízos decorrentes das quedas, oscilações e interrupções de energia elétrica no Paraná. Alguns desses dados foram apresentados para a sociedade civil durante audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa do Paraná no mês passado.   

O documento sugere ainda que seja estipulado pela Aneel metas de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) específicas para a energia rural, para garantir um serviço de energia elétrica mais confiável e estável para os consumidores do campo.

A queixa dos parlamentares ganhou reforço com a divulgação de pesquisa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) a respeito da qualidade do serviço prestado pela operadora aos produtores rurais. O levantamento aponta que 85% dos produtores rurais não estão satisfeitos com a Copel.

As quedas consecutivas de energia elétrica e oscilações frequentes na tensão da rede têm gerado transtornos e prejuízos milionários a produtores rurais de todas as regiões do Paraná. Cerca de 38,7% agricultores sofreram mais de 20 quedas de luz nos últimos 12 meses e 50,6% ficaram, em média, mais de cinco horas às escuras a cada apagão.

Nos últimos meses, a Faep recebeu 18 ofícios de sindicatos rurais e núcleos, que, juntos, correspondem a 54 unidades sindicais.

Em 2023, a deputada Luciana Rafagnin enviou requerimento à Copel solicitando providência urgente para resolver o problema das interrupções no fornecimento de energia relatadas pela Associação Empresarial de Francisco Beltrão (ACEFB) e pelos moradores da Estrada da Paina, no município de Campo Magro. Em setembro do mesmo ano, por exemplo, a parlamentar fez um novo pedido à Copel para que reestabelecesse a energia elétrica em Francisco Beltrão, após o município ser afetado por um apagão que deixou 14 mil unidades sem energia elétrica por mais de quatro horas.


Para o deputado Arilson Chiorato, os dados demonstram a inércia da Copel diante das reclamações e, ao mesmo tempo, o descaso com os consumidores. “Na audiência pública, realizada no dia 18 de março, as informações levantadas por várias instituições revelaram a precarização do serviço após a privatização. O meu mandato, inclusive, diante das inúmeras reclamações resolveu criar o apagômetro, uma plataforma criada para registrar as quedas de energia pelo Paraná. Das 399, 387 já registraram apagões. O nosso trabalho de fiscalizar a atuação da Copel continua. Não vamos nos calar diante desse desrespeito com o Paraná e os paranaenses”, afirma o parlamentar.

Precarização – Desde a privatização da Copel em 2022, o número de interrupções aumentou em 23,6% no comparativo entre o último quadrimestre de 2023 e 2022, chegando ao montante de 38 mil interrupções registradas. Outro fator observado foi o tempo médio de atendimento, que passou de 4 horas em 2022 para 6 horas em 2023.

Desempenho – Mais uma vez, a Copel caiu no ranking de desempenho divulgado pela Aneel. Entre as 29 distribuidoras de grande porte (com mais de 400 mil clientes) do país, a companhia paranaense ocupa o 25º lugar. Em 2021, a Copel estava na décima posição, ou seja, a empresa despencou 15 postos em apenas três anos. A classificação da Aneel leva em conta o número de quedas de energia elétrica e a duração de cada período de apagão.

Crédito foto – Orlando Kissner

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