A Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) recebeu pelo menos 200 relatos de residentes que estão trabalhando na linha de frente contra o coronavírus e que estão sem receber há 1 mês e meio. A Residência é um programa de especialização para recém formados que impede qualquer outro vínculo empregatício, de forma que os estudantes/trabalhadores não possuem outra fonte de renda, apenas a bolsa paga pelo Governo Federal.
Os relatos apontam que o problema é recorrente, que antes da pandemia os atrasos já eram comuns. Porém, a situação é agravada, já que os profissionais estão expostos a um vírus de alto contágio e por isso demonstram estar frustrados com o atraso da bolsa.
Segundo reportagem do UOL, uma planilha compartilhada entre os residentes já soma mais de 500 nomes de residentes que não receberam o pagamento de R$2.800,00 referente à bolsa, que consiste como salário para estes profissionais, que estão desamparados, mesmo atuando como heróis durante a pandemia. Além de estarem sofrendo com a carência de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
O descaso acontece a nível federal, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e farmacêuticos que em um momento de instabilidade econômica e dificuldade financeira das famílias, contam unicamente com a bolsa atrasada que dificulta a vida dessas pessoas e inviabiliza inclusive que tenham condições de irem trabalhar, muitos apontam para não terem mais dinheiro para irem trabalhar.
Os prazos estipulados pelo Ministério da Saúde e informados à Associação Nacional de Médicos Residentes, para pagamento das bolsas em atraso, de acordo com o UOL foram todos descumpridos, sendo eles os dias 5, 14 e 17 de abril, restando ainda o último, a próxima quarta-feira (22/04), que ainda pode ser efetuado.