Um vídeo, que era para ser um simples trabalho de escola, viralizou nas redes sociais por expor problemas estruturais graves do Colégio Panorama, em Sarandi, e deve ser objeto de investigação pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O pedido de investigação foi feito pelo deputado Arilson Chiorato (PT), que visitou a instituição de ensino na última quinta-feira (24/08) e ouviu, de alunos e funcionários, uma série de irregularidades supostamente cometidas por agentes da Secretaria Estadual de Educação (Seed) durante inspeção à instituição de ensino.
Entre as violações, o parlamentar citou que os agentes, da Seed, teria ido até o colégio, sem avisar, e pedido para ouvir os alunos do 1º B, sala dos alunos que fizeram o vídeo para a disciplina de Artes, porém, alegaram que a “entrevista” tratava-se de uma inspeção de rotina. Os alunos foram ouvidos sem a presença dos pais nem da professora que solicitou o trabalho, que tinha tema livre. O que chamou a atenção tanto dos pais quanto dos alunos e também da equipe da escola foi a escolha dos alunos, os mesmos que fizeram o vídeo.
“Há indícios, pelo que eu ouvi durante a conversa com a equipe pedagógica e com os alunos, que houve uma tentativa de calar a comunidade escolar, o que fere o direito à livre expressão, no mínimo. Além disso, diante da pressão psicológica, um dos alunos ouvidos, que é uma pessoa com deficiência, teve uma crise epilética”, revelou durante a sua fala.
“Fiz o pedido para a Comissão de Educação investigar esse caso, porque o Estado não pode agir como no passado, como o Dops, órgão conhecido por exercer forte repressão e tortura durante a Ditadura Militar”, diz.
Na avaliação do deputado Arilson, a Seed deveria enviar não agentes educacionais com o intuito de silenciar a situação, mas uma equipe técnica para sanar os problemas encontrados. “O estado com a dita melhor educação do Brasil não condiz com a situação enfrentada pelos alunos do Colégio Panorama. É preciso resolver a situação, e não amordaçar que denuncia”, pontua.
