Desde o início do ano letivo na última semana, cerca de 14 mil alunos de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, que necessitam do transporte escolar para chegar à escola, têm se deparado com mudança de itinerário, redução de linhas de ônibus e superlotação. O ano letivo começou com 20 itinerários a menos, a Prefeitura reduziu de 68 linhas para 48.
Diante de inúmeras reclamações de pais e mães sobre o transporte escolar, o deputado Arilson Chiorato (PT) protocolou na manhã desta quarta-feira (16/02) um pedido de informação à Secretaria Estadual de Educação (SEED). O documento é assinado também pelo deputado Tadeu Veneri (PT) e pelo deputado Hussein Bakri, presidente da Comissão Educação e líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
O documento tem por objetivo checar as informações recebidas e pedir que seja reestabelecido o transporte escolar de maneira adequada aos estudantes. “O acesso às instituições de ensino também faz parte do direito à educação. Precisamos saber o que está acontecendo, uma vez que o transporte escolar é uma obrigação do Município, do Estado e da União”, observa o deputado Arilson Chiorato (PT).
A situação do transporte escolar de Campo Largo foi tema de questionamento no começo dessa semana na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Na última segunda-feira (14/02), o Ministério Público do Paraná, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Campo Largo, conseguiu na Justiça liminar para que o Município restabeleça 20 linhas de transporte escolar que foram canceladas.
Segundo pais e mães de alunos, as mudanças ocorreram após implantação de normativas do programa de georreferenciamento, do Governo do Estado do Paraná, que fez um mapeamento e redirecionou alunos para escolas mais próximas de suas residências.
Além disso, o transporte passou a ser ofertado somente a alunos matriculados em escolas a mais de dois quilômetros da residência, o que também gerou reclamações, uma vez que vários estudantes precisam atravessar vias perigosas para chegar à escola.
Nelson Silva de Souza, da Força Sindical do Paraná, e sua esposa, Fernanda Queiroz, que tem dois filhos na rede pública de ensino e precisam do transporte escolar, pedem que os parlamentares intervenham para que o direito de seus filhos seja respeitado.
“Nós queremos e precisamos que os ônibus voltem a fazer todas as linhas. Entendemos que tem o georreferenciamento, mas a lei também diz que o aluno deve estudar na instituição onde tem maior vínculo. Tem que ser uma escolha do aluno essa transferência de unidade de ensino, por isso, pedimos o retorno dos ônibus”, ressalta.
Por outro lado, sobre a alta do combustível, Nelson argumenta que seja feita a compensação por parte do Município, do Governo do Estado e da União. “Se tiver que ser feita a readequação dos valores por parte do Estado, já que segundo o município, 76% dos alunos transportados são do ensino estadual, que assim seja feito, claro que o município não pode arcar sozinho com os valores e entendemos que o transporte escolar faz parte do acesso à educação”, defende.