Repúdio. É a palavra que marcou a primeira audiência pública em Cascavel sobre o novo modelo de pedágio proposto pelo Ministério da Infraestrutura. A iniciativa, da Frente do Pedágio da Assembleia Legislativa (ALEP), ouviu durante três horas parlamentares e lideranças políticas da cidade e da região, além de representantes da sociedade civil.
Todos, de forma unânime, rejeitaram o modelo proposto pelo Governo Federal, que tem o aval do Governo Estadual. O debate ocorreu no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) e pôde ser acompanhado pelas redes sociais. Amanhã, sábado (6), a audiência ocorre na Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi) a partir das 9h30.
Para o coordenador da Frente do Pedágio, deputado Arilson Chiorato (PT), a audiência é de suma importância neste momento e mostra a força do povo paranaense. “Foi uma discussão saudável, apartidária, em prol do respeito ao cidadão paranaense, que está cansado de pagar caro pelo pedágio e, ao final, ver as obras sumirem dos contratos, como ocorreu por todo Paraná, comprometendo a economia e ceifando vidas”, avalia.
De acordo com Arilson, a audiência mostrou que toda a sociedade, representada por diversos segmentos, está atenta ao que acontece e não aceitará pagar de novo pelas mesmas obras. Durante a audiência, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), assim como outros integrantes com o deputado Homero Marchese (PROS), que integram a Frente do Pedágio, apresentaram dados do atual contrato, como obras não realizadas, e também pontos confusos da nova proposta.
“Apesar da falta de transparência e muitas informações controversas, o que fica claro no novo contrato que querem fazer é o aumento no número de praças de pedágio, saltando de 27 para 42, passando para 827 km a mais de estrada pedagiada e o tempo de contrato. Se não bastasse ainda tem a outorga onerosa ao estado, o que encarece ainda mais o pedágio, além dos custos de manutenção e duplicação”, afirma o coordenador da Frente do pedágio.
“Saímos da primeira audiência com a consciência tranquila que estamos no caminho certo, que estamos ao lado do povo paranaense, ao qual devemos respeito. Esse foi só o primeiro encontro, vamos continuar promovendo este debate até março. Não aceitamos continuar pagando caro pelo pedágio”, diz Arilson.
Carta da Acic
O presidente da Acic, Michel Lopes, assim como outras lideranças, pediu em sua fala transparência, seriedade, menor tarifa e realização de obras pendentes, como o contorno de Cascavel. A Acic, em parceria com outras instituições, lançou uma campanha pela menor tarifa na região.
Lopes aproveitou a audiência para ler a carta feita pela Acic sobre o pedágio. “Convivemos há 23 anos com esse pesadelo, de um modelo equivocado de pedágio, e temos a obrigação de mudarmos isso a partir de novembro. Sob a ótica empresarial precisamos de significativos ajustes para, assim, alcançar um modelo próximo do ideal”, diz trecho da carta.