Técnicos do Ministério da Infraestrutura apresentaram nesta quarta-feira, dia 04, a nova proposta de Concessões Rodoviárias do Paraná durante audiência pública realizada no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, que reuniu deputados estaduais e membros do Executivo estadual. Durante quatro horas, os parlamentares apresentaram dúvidas e questionaram o modelo apresentado.
“Saí convencido que o novo pedágio é um assalto ao povo paranaense. O que vimos aqui é maquiagem política, que vai arrastar esse ‘câncer econômico’, que é o pedágio, por mais 30 anos”, avalia o coordenador da Frente do Pedágio, deputado Arilson Chiorato (PT).
Segundo o Arilson, o posicionamento da Frente Parlamentar, após a apresentação dos técnicos do Ministério da Infraestrutura, continua o mesmo, ou seja, que a próxima concessão seja pela menor tarifa, e não com taxa de outorga. “A apresentação do Ministério da Infraestrutura sobre o novo modelo de pedágio no Paraná só confirmou o que temos levantado e discutido: mais uma vez o povo do Paraná vai pagar a conta”, observa.
“Querem mais 30 anos de contrato, mais 15 novas praças, mais 827 quilômetros de rodovias pedagiadas, além dos 2.500 já nas mãos das concessionárias, e premiação para quando as obras previstas ficarem prontas, ou seja, aumentar o pedágio em 40% até o fim do contrato”, alerta.
Na avaliação do coordenador da Frente do Pedágio, “é um verdadeiro absurdo o que foi apresentado hoje”. “Um modelo híbrido de licitação, que faz com que tenhamos um preço maior, e não, como ocorre em outros estados, que é a tarifa menor. O modelo de menor tarifa pode ser visto em Santa Catarina, que o pedágio sai em torno de R$ 3 e pouco, ou o Rio Grande do Sul, na casa dos R$ 4. É triste ver a tentativa de curvar o Paraná aos interesses do governo federal, do governo estadual e das grandes empreiteiras”, lamenta.
Arilson também contesta a versão de redução do pedágio. “Outra coisa, é mentira que o pedágio vai baixar 70%. A propaganda diz que vai baixar 70%, como em Jataizinho, mas depois do sétimo ano de contrato, pode reajustar a tarifa, ou seja, vai aumentar de novo o pedágio. No final, o povo vai pagar mais porque terá mais praças, mais estradas pedagiadas, mais tempo de cobrança e mais carros rodando”, comenta.
O coordenador da Frente do Pedágio também pediu mais transparência. “Eu queria ter esse modelo apresentado em mãos, não só em PowerPoint, para aprofundar mais. Eu li uma parte do diagnóstico de 360 páginas e vi que o povo não está nele. Tem sim uma ganância do capital financeiro. Porém, o Paraná precisa garantir a segurança dos usuários, reduzir os custos operacionais e aumentar a capacidade competitiva e econômica do Estado”, defende.
Audiências – Amanhã, dia 05, tem início a série de dez audiências públicas para discutir o novo modelo de pedágio, proposto pelo governo federal com o aval do governo estadual. A audiência será realizada no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic). No sábado, o debate será em Foz do Iguaçu.